sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Comentário do Professor Airton Bernardo(IFET - Campus Barreiros- PE) sobre a Obra "A Lira de uma Mulher"

ANNA,

           
            Perceber a sutileza das coisas comuns que nos cercam já é uma virtude e, além disso, transformar essas coisas comuns em algo que sirva para marcar não somente momentos, mas vidas inteiras por toda uma eternidade, isso é dom de Deus, um legado cedido a bem poucos dos mortais que a partir daí se eternizam.
         Você consegue isso em sua poesia. Transforma a simplicidade em algo ainda mais próximo, mais comum, e a complexidade da vida em algo possivelmente discursivo,  como se isso fosse sempre possível a todo e qualquer ser humano.  No entanto, sabemos que  são poucos os que conseguem captar a essência das coisas, por mais simples que pareçam ser.
         Sentir-se arrebatado por seus versos e num súbito momento apropriar-se de cada palavra é se familiarizar  e você consegue fazê-lo com dignidade e estilo, sem que venhamos perder a noção da realidade, tampouco esquecer quem nos levou a isto.
         Momentos que passei dedicado às linhas que escreveu, foram para mim mais que significativos, posso dizer: inspiradores. Espero que todo leitor ao ter  acesso a seus versos possam também sentir tocada a alma, aguçadas as lembranças e renovadas as forças de querer viver sempre, sentindo a essência das coisas que de tão comuns se tornam próximas e as complexas, comuns, ao ponto de não parecerem mais tão inatingíveis como antes se apresentaram.

                                 Parabéns e um grande abraço. Teu amigo:
                                                             Airton Bernardo.


(Este comentário se encontra na obra citada)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A tua espera


Abro os olhos
E a vida no amor se entrelaça,
Como o vermelho vinho que bebes
Imaginariamente em uma taça de cristal,
Enquanto sutilmente olhas-te no espelho.
Quisera eu ser tua taça
Assim nunca te faltaria o vinho
Nem o sorriso retribuído no espelho.
Mas pareces desdenhar de minhas palavras
E rejeitar meu olhar...
Quando abrirás os teus olhos para a realidade?
Quando perceberás que o olhar no espelho
Não é o teu, mas o reflexo do meu?
Quando notarás que quem brinda contigo
Em tua imaginação, não és tu
E sim eu?
Abre teus olhos, e estarei aqui,
Com uma taça de vinho e um sorriso
Apenas a tua espera.
E te olharás no espelho
Agora seriamente
E perceberás que os olhos não são os teus
E sim os meus, que agora olhas a sorrir.

Sobra Tanto



Vetígios e rastros poéticos se rastejando
Procurando a quem procurar
Quem o desvendará?
Das letras unificadas
Palavras incompreendidas
Pensamentos inimagináveis
Sobra tanto...de tudo!
Nem se percebe o jorrar da cultura
Nem se percebe o adoecer das mentes quadriculares televisivas
Nem se percebe a doença dos olhos nas multicores de filmagens tolas
Nem a ausência de passos saudáveis nas ruas.
Nota-se estresses, medos...Por todos os lados
Angustias sem fim corroendo as almas
E o que somos nós?
E o que se tornou a arte?
O mundo?
O mundo tornou-se um complexo
Complexo de tolices
Onde a UTI de recuperação intelecto-cultural jamais será inaugurada
Pois das entrelinhas da vida, poucos entendem
A arte grita e a cultura semimorta ecoa:
- Me vivam! Me leiam! Me cantem! Me interpretem! Me respirem!
 Assim, e só assim... entenderão a vida

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Em nome do universo


O universo solta-se
E abre-se em metáforas
Traz suas palavras pelos mares
Ou pelos ares que vem do norte,
Fala-me pela natureza
Toda a timidez da esplêndidão pertencente a si.

Um dia o universo confessou-me
Ter se apaixonado pela lua
Então pos-a a brilhar toda noite
Apenas para adimirá-la.
Depois, o universo inspirou os poetas com o amor
E os mesmos passaram a venerar a lua
Encantando-a todo dia
Com seus versos
Em nome do universo.

Hoje os poetas também se abrem em metáforas
Venerando a lua
E de tanto ouvir as palavras
Que o universo falava a lua
Acabaram-se apaixonados
E afogados em seus versos
Embriagando-se em palavras
Para conquistar suas próprias luas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O poeta em mim

O poeta em mim
Se esconde
Se responde
E se disfarça.
O poeta em mim
Se transpassa.
Me toma as mãos
A cabeça e o coração.
O poeta em mim
Sente, pensa
Resolve
E escreve.
O poeta em mim
Se olha no espelho
E vê rosto meio a meio.
Na união de pensamentos
O poeta em mim
Fala, chora, e escreve
Como o poeta em mim que vejo
Que é poeta, mas não sabe.

A elas

Mergulho no mais belo inferno
Só para encontrá-las.
São tão belas,
Tão arrumadas...
Vêem tão singulares
Jogando-me olhares
Desejando em meio às tantas outras
Que eu as escolha. Abusadas!
Falam-me aos ouvidos
Deslizam-se até meus dedos
Entrelaçam-se
E insistem até me enlouquecer.
E são tantas que eu preciso,
E tantas a escolher...
E quando me ganham
Querem logo para o papel correr.
Palavras danadas!
Querem mesmo é me usar
E em meio aos papéis de meus poemas
Se eternizar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Àguas de minha vida


Você chegou de surpresa
abalou meus caminhos
desabrigou meu carinho
e desabou a morada dos meus sentimentos
aproximou-se rapido como o vento
embaralhou meus pensamentos
me destruiu devagar e lento
levou tudo de um jeito barulhento
e com isso tudo acabou-se, como coisa de momento.